Assombrações Pandêmicas

Este projeto investiga formas tecnoestéticas (SIMONDON, 1998) para a produção de visualizações de dados sobre a violência sistemática produzida contra povos indígenas do Brasil durante a pandemia do novo coronavírus. Dados atualizados diuturnamente e que, apesar de extremamente concretos, pois dizem respeito a vidas humanas ceifadas em nosso país, permanecem invisibilizados, no que se refere a políticas públicas de proteção eficazes e ação preventiva por parte do estado brasileiro. Monitoramentos diversos pelo espaço aéreo e terrestre do território nacional indicam o avanço alarmante do desmatamento nas florestas e da atividade ilegal de mineração em terras indígenas no país. Do mesmo modo a alta taxa de letalidade da Covid19 entre os indígenas vem provocando o desaparecimento dos anciãos dessas comunidades, conhecidos como verdadeiras bibliotecas vivas, cujo conhecimento está sendo perdido junto com suas vidas. Como esses povos têm resistido por mais de 500 anos e como é possível continuar resistindo? De que modo a perspectiva da artemídia pode trazer contribuições sensíveis para o enfrentamento do problema? Desse modo, não se trata apenas de visibilizar mas de produzir formas de resistência, pensando a arte, como campo de produção sensível, em seus atravessamentos com a tecnologia e a política.