Perguntas às pedras

Na última semana, em uma pesquisa sobre patrimônio cheguei ao trabalho de Beiguelman, mais uma vez.  Me surpreendi com a proximidade do título dessa sua série e de nossa pesquisa, e na afinidade de muitos aspectos abordados por ela e nossos interesses aqui. Reproduzo o verbete do site da Video Brasil.

“Explorando o domínio das estéticas da memória, a série Perguntas às pedras constitui um mapa das perplexidades da artista em contextos variados. A Série 1, exibida durante a Bienal da Bahia em 2014, questionou a relação entre arquivos e cemitérios; a Série 2, realizada como parte do projeto Memória da Amnésia, em 2015, interroga as políticas da memória e dos patrimônios públicos como políticas do esquecimento. Esta Série 3 parte das indagações da artista sobre sua história sem rastros, em busca de uma narrativa para sua história familiar, cujas raízes Beiguelman visitou em viagem à Polônia. Apresentada como um conjunto de carimbos, a obra se refere à experiência de marcação dos corpos dos prisioneiros dos campos de extermínio nazistas. A artista faculta ao público a possibilidade de desconstrução da experiência de violência e dor que impregna de forma indelével a memória do século XX. A obra foi comissionada pelo Adam Mickiewicz Institute.”

No caso de Beiguelman, ela escava a história e confronta o passado através do seu processo criativo, tornando esse passado – presente a própria matéria do trabalho. No nosso caso estamos em um processo altamente especulativo tentando inventar uma linguagem a partir de acoplamentos interespecíficos… A matéria do trabalho são os aparatos inventados e a (possibilidade) de linguagem criada… Não imagino o que pode ser revelado pela materialidade dessas inflorescências para além da própria maravilha de sua capacidade comunicacional…

Quantas dúvidas!

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